terça-feira, 27 de outubro de 2009

[enterrando]

Quando estou introspectiva minha produção literária aumenta, já que escrever é uma ato solitário, assim como o orgasmo, e também a escrita pra mim é terapia.
Hoje pela manhã tive uma crise insana de choro, vinha dirigindo e as lágrimas corriam como se tivessem vidas próprias e na verdade elas têm esse poder, mas já relatei antes que sou uma chorona inveterada, então nem me assusta quando as pessoas me olham e estou assim.
Essa noite um dos meus sonhos mostrou-me coisas muito legais que não vão acontecer, por isso acordei assim, outro dia cinza.
Com tudo isso em minha mente, pensamentos confusos, raiva , tristeza e um turbilhão de emoções, lembrei da 'Voz Branca da Solidão' -Emily Dickinson e naquele poema dela 'Death', no qual ela relata um funeral, parece até que seja o seu próprio funeral, mas para a minha percepção ela enterra um sentimento, um amor, algo bastante significativo que nós, as vezes, precisamos enterrar, num ato simbólico para continuar a viver.

Segue abaixo o tal poema:

Because I could not stop for Death,
He kindly stopped for me;
The carriage held but just ourselves
And Immortality.

We slowly drove, he knew no haste,
And I had put away
My labor, and my leisure too,
For his civility.

We passed the school, where children strove
At recess, in the ring;
We passed the fields of gazing grain,
We passed the setting sun.

Or rather, he passed us;
The dews grew quivering and chill,
For only gossamer my gown,
My tippet only tulle.

We paused before a house that seemed
A swelling of the ground;
The roof was scarcely visible,
The cornice but a mound.

Since then 'tis centuries, and yet each
Feels shorter than the day
I first surmised the horses' heads
Were toward eternity.

 ...e assim como ela estou com uma roupa fina e sinto o frio, frio de suas palavras.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Um pequeno grande olhar

Acho que pela décima vez estou lendo “O Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint- Exupéry, um menino vindo de outro planeta para nos ensinarmos a amar as pequenas coisas. Meu olhar ingênuo em relação as coisas do mundo me deixam vulnerável como o Pequeno Príncipe. Esse trecho do livro :

"As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Tu porém, terás estrelas como ninguém... Quero dizer: quando olhares o céu de noite, (porque habitarei uma delas e estarei rindo), então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem sorrir! Assim, tu te sentirás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo (basta olhar para o céu e estarei lá). Terás vontade de rir comigo. E abrirá, às vezes, a janela à toa, por gosto... e teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!"

Essa metáfora me faz pensar no quanto nossos olhares são diferentes as inúmeras coisas que acontecem e o quanto eu ainda não entendo umas coisas. Mas na minha essência nunca fui normal mesmo. Então, arrumar conjecturas para aceitar alguns comportamentos seria 'normal ' à minha anormalidade.

Ai depois ele complementa:

“Tu te tornas responsável pelo que cativas”.

Como cobrar de alguém e dizer isso acima, vão me achar mais anormal ainda, mas é tão bonitinho você cativar alguém, não que eu seja santa, não é isso, mas não costumo iludir pessoas ou fazerem acreditar em coisas que não existem, principalmente se essas coisas são relacionadas ao coração, ao sentimento.

Afffe as pessoas não sabem se relacionar e vivem trocando as estações, na boa me incluo nessa, pois as vezes não entendo os sinais, ou será que me sinalizaram errado?

Rsrs Enfim, gosto do olhar ingênuo e profundo do Pequeno Príncipe , talvez se as pessoas pudessem olhar com esse olhar o mundo seria um pouco menos rude.

Olha isso :

“Será como a flor. Se tu amas uma flor que se acha numa estrela, é doce, de noite, olhar o céu. Todas as estrelas estão floridas”

Talvez, só por talvez, vocês poderiam agora distorcer suas visões torpes de gente grande e ver com a simplicidade dele.

“Para enxergar claro,basta mudar a direção do olhar”. Mandou bem.

Agora chega, cansei …

Vamos virar a página....

Beijãozão a todos.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Ócio

Hoje não quero sua paciência.
Quero que me tires do sério.
Brinque comigo,
me chame para dançar
Não quero reto, quero oblíquo,
a viagem não só a passagem.
Provar e não se privar.

Ser,
Fazer valer.
Reter, respirar você,
e em algum momento
explodir
com teu prazer.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Olhos letárgicos


Um grito escuro na noite silenciosa
E uma infeliz coincidência me ronda
Perdida em seu pensamento,
obsecada.


Olhos letárgicos me seguem,
onde está você?


Não o vejo,
mas seu pensamento me acompanha.
Quase lhe toco,fluídico me cerca.


O que fazes neste contexto?


De certo é só um veraneio.
Uma brincadeira de deuses,
uma especie de tormento


Monossilábica você me entende.


O que fazes neste contexto?


Um grito escuro na noite silenciosa
e você me traz à vida.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Dia estranho - diário de bordo

Como caracterizar um dia de estranho?


Vamos lá vou contar o dia atípico de ontem.

Acordo todos os dias da semanas 6:30, mas na verdade levanto só as sete, tomo um banho rápido e me mando pro trabalho. Nada de diferente até ai, mas estava sol, eu tenho certeza que estava, coloquei a camisa do uniforme com um top em baixo e deixei abertinho os botões para parecer o topzinho, lindinho né? Coloquei uma sandália e lá vai Priscilla indo trabalhar, no seu possante branco uno detonado...ouvindo 'O Rrappa' de repente o tempo fechou , é fechou, uma garoa, um frio que só por 'jisuis'... levei de boa pois nem tudo é tão ruim assim.

Cheguei na minha caverna, é trabalho dentro de uma caverna meio sinistra com alguns fantasmas, uma pena o Sr. Wane já não estar mais aqui ia adorar compartilhar com ele e o Alfred minha singela caverna, liguei meu micro e me sentia em plena atividade, feliz, faceiríssima com uma possível paquera...rsrs... Ahhh meu Deus.. só rindo mesmo. Me sinto a perfeita canastrona.

Lá pelas tantas na parte da manhã, um amigo me passou um texto, um conto para eu dar meu parecer, ele me fez chorar... 'tá' bom eu sei que não é nada difícil me fazerem chorar eu assumo eu sou chorona mesmo e daí? Mas não sei, havia alguma coisa errada no ar, meu sexto sentido sempre me alerta , mas eu surda nunca ouço direito, depois esse mesmo amigo me passou outro texto, outro conto, mas um tom um pouco mais forte, bem escrito como sempre, mas sinceramente não gostei da história, uma história forte, enfim até ai estava tudo bem...

Lá vou eu ouvir meus instintos, sabe a possível paquera, então, sem muito sentido fiz uma pergunta para ele e logo joguei um vai com a sua namorada, quando ele me respondeu que a namorada morava longe nem sempre estava aqui e tal...affe... quase tive uma síncope; já tinha lido um conto estranho, o dia tinha sol, mas agora literalmente estava cinza. Fiquei meio assim e logo soltei, poxa não vou convidar mais pra sair vc tem namorada. Na verdade não entendi nada, pois ele me falou que havia me dado esse informação um tempo atrás...eu ri da situação e fui almoçar...com tudo isso na cabeça, estava atravessando a rua e pumba.... caí feito uma jaca podre, você não tem noção de como foi lindo cair no asfalto, tava eu no meio da rua catando cavaco tentando me segura no ar , você já passou por isso, vai caindo, vai caindo e não tem onde se escorar... Qual é !! Quem me empurrou?..Do meio da rua parei no meio fio com o queixo estatelado na calçada, cara eu ralei o peito...tem noção de como eu cai … literalmente abracei forte o asfalto..rsrs.. morram de ri … mas eu também achei que ia morrer.

Quando cai de queixo no chão bati a boca e logo fui constatar se tinha perdido um dente , já pensou , gorda, sem cabelo e banguela, cara ia ficar a cara de meu pai , só ia faltar a barba...afffe.

Sentei no chão e a primeira coisa que me veio a mente foi olhar para os lados para ver quantas pessoas estavam rindo , mas não havia ninguém, só um carinha comendo cachorro quente do outro lado da rua, que ficou paralisado, a cena deve ter sido ridícula..afffe. Tenho um metro e setenta e dois e estava com uma sandalia de mais uns 10 cm … estou fora de meu peso , não vou contar quantos quilos, mas já viu uma jaca bem servida caída metade no meio fio metade na rua ...Essa era eu ontem... estatelada no chão … tentei levantar meio tonta , meio chateada, com vontade de chorar, é de novo eu querendo chorar... ai o dia literalmente acabou... peguei meu almoço fui almoçar, coloquei gelo no queixo, passei anti-séptico no joelho e tomei um dorflex para a dor, na sequência tudo ficou estranho eu com uma puta dor no corpo, parecia que tinha levado a surra do século, que tipo de pessoa cai na rua como uma jaca podre.. affe.

Voltei ao trabalho, sem vontade nem de atender o telefone, queria virar abajur, dia cinza, roupa errada, paquera errada e ainda um tombo? Era muito pra minha cabeça, 'tá' bom, eu não sou a pessoa mais otimista do mundo, sou risonha e tudo, mas quando as coisas não andam bem, elas não andam bem e nesses dias devíamos ter um tipo de sensor que berra quando vamos colocar a mão em algo e esse vai virar pedra.

Enfim, vc pensa que acabou , que nada...pior a paquera percebeu que alguma coisa ficou estranha, álias agora nem sei o que é mais, bom continuaremos amigos que já está de bom tamanho, sou de boa mesmo, porque, que raios eu poderia achar alguma coisa, eu hein!!

Nesse interim entra na minha caverna duas palhacinhas bem Arlequinas do Coringa, poxa cade o Batman. Mas eu estava atendendo outro Duas Caras e as Arlequinas acharam que eu deveria atendê-las naquela hora e não podiam esperar, meu jogo de cintura tinha ficado estatelado no asfalto ao meio dia e meu culhão estava cheio de gente que quer ser mais que os outros, conclusão devo ter feito uma cara de bosta que as menininhas com porte de mulheres pseus das arrebatadoras saíram da caverna falando mal de mim, quase larguei um foda-se, mas ai lembrei que ainda sou boa samaritana e resolvi não ligar, ahh como diz meu amigo 'se tá no inferno parceiro abraça bem forte o capeta,' ai eu tinha que acabar com todas as possibilidades vigentes de uma quase sobrevivente, tentei ainda tirar o foco da tal paquera, mas de foca e foco o polo norte tá cheio, então morri na praia de novo colega. Sai do meu horário rotineiro e me dirigi a minha humilde residência, chegando lá contei pra minha mãe que havia me estatelado no chão e ela queria que eu fosse ao hospital , pra quê, pra eles diagnosticarem qualquer coisa, e ainda sair de lá com mais virose, tou fora. No meio disso não sei o que aconteceu e minha mãe começou a discutir comigo e nem lembro o quê, falou algumas asneiras e eu que já estava sem nenhuma papas na língua a mandei pra aquele lugar junto com a família toda dela.

Se vc pensa que acabou, não ainda estamos em plena dezoito horas e ainda tinha que ir a faculdade, recapitulando: estava sol, agora tá cinza, roupa errada, paquera errada, conto de chorar, queda na rua, 'arlequinas' tentando me tirar do sério, minha mãe de bronca comigo,mas ainda eram dezoito horas e meu dia acaba lá pelas tantas as vezes já é outro dia.

Fui para a faculdade estava frio e garoando, transito, gente sem educação ao volante, amarelinhos querendo te dar multas a todo instante...Cheguei para ter aula e quando me dei conta já eram mais de vinte horas e a professora não chegava, não é uma beleza? Bom dos males o menor voltei pra casa, dirigindo calma pela anchieta, alguém dirige calmo pela anchieta é claro que isso foi uma ironia, cheguei em casa e tentei me desfocar (olha as foquinhas ai de novo). Entrei na internet, alguma coisa deveria estar melhor por lá, mas a possível paquera também estaria, enfim era paquera agora é amigo, só amigo...rsrs

Conversamos, rimos e fui dormir, aualll agora parecia que estava tudo normal, se não estivesse com muitas dores e a noite tivesse sido muito ruim pra dormir. Tudo bem, é claro que sol vai voltar amanhã, rsrs... com chuva, mas um dia tudo isso melhora ohh se melhora.