quinta-feira, 17 de julho de 2008

Mario Quintana

O Anjo

O meu Anjo da Guarda de asas negras
tem uns olhos tão verdes como os teus.
E a mesma pele mate e... benza-o Deus!...
também teus lábios dolorosos...
Como o prendeste assim num sortilégio,
para ficares – sempre – junto a mim?!
Ou fui eu que inventei a tua aparência,
nesta longa loucura sem remédio...
Pois não só neste como no outro mundo
o quanto eu vejo se transforma em ti.
Sei lá se o Anjo entende uns tais mistérios...
Só sei que certa noite o pressenti...
Mas baixei os meus olhos incestuosos
E os meus lábios sacrílegos mordi.

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